Olha para as mãos... por vezes desvia o olhar... mas volta a olhar para as mãos... A pele enrugada e palmas macias como se de seda se tratasse. Mãos vividas, mãos que passaram pelas imperfeições da vida...
Sentada na velha sala olha o silêncio, brinca distraidamente com as vestes, já gastas pelas horas...Passa os dias sentada entre a escura sala, e a varanda onde diz ver o mundo... olha a horta onde durante anos cultivou, trabalhando de sol a sol... hoje estão cobertos de ervas... as pernas já fracas ainda vão caminhando como as suas memórias... 82 anos... tão frágil, mas com um olhar firme e doce de quem já viu muita coisa... como a pele das suas mãos... Hoje, veio-lhe um sorriso aos lábios quando ouviu a minha voz a entrar pela porta... depois de um abraço forte, sentei-me ao seu lado... enquanto as palavras lhe saiam com sabedoria olhava-lhe para as mãos, sempre a ajeitar a saia, e a acariciar a minha mão... contou-me as histórias daqueles que a foram deixando, histórias dos tempos de antigamente... senti que lhe fazia bem, rever as sua vida, o tempo dos seus pais, o tempo do meu avó...
Sentada na velha sala olha o silêncio, brinca distraidamente com as vestes, já gastas pelas horas...Passa os dias sentada entre a escura sala, e a varanda onde diz ver o mundo... olha a horta onde durante anos cultivou, trabalhando de sol a sol... hoje estão cobertos de ervas... as pernas já fracas ainda vão caminhando como as suas memórias... 82 anos... tão frágil, mas com um olhar firme e doce de quem já viu muita coisa... como a pele das suas mãos... Hoje, veio-lhe um sorriso aos lábios quando ouviu a minha voz a entrar pela porta... depois de um abraço forte, sentei-me ao seu lado... enquanto as palavras lhe saiam com sabedoria olhava-lhe para as mãos, sempre a ajeitar a saia, e a acariciar a minha mão... contou-me as histórias daqueles que a foram deixando, histórias dos tempos de antigamente... senti que lhe fazia bem, rever as sua vida, o tempo dos seus pais, o tempo do meu avó...
Após uma tarde a sentir a sua energia, e a ouvir todo o seu saber, vim embora, e ela ficou lá, sentada, com uma mão a acariciar a outra...
- "até amanhã filha, vai com Deus..."
-À minha querida avó