quarta-feira, outubro 25, 2006


Retalhos de mim

Traços feitos em papel, reflexos de mim...

segunda-feira, outubro 09, 2006


Cortinas deste palco voltam-se a fechar
António José da Fonseca Moreira (1841-1938) nasceu em Sendim e dedicou-se à literatura teatral. Felgueiras deve-lhe o teatro de seu nome: Teatro Fonseca Moreira, inaugurado na segunda década do século XXI (1921), durante anos preencheu intensamente a vida cultural e social do Felgueirenses, mais tarde entrou em declínio e acabou por encerrar, mantendo-se fechado durante vários anos.Em 1997, a casa de espectáculos do concelho foi revitalizada e recuperada. Este marco da história cultural de Felgueiras volta a ser um espaço dinâmico, onde a arte e o espectáculo voltaram a estar mais perto da população, voltando a ser o pólo cultural que em tempos foi.Durante 9 anos este palco foi pisado por centenas de talentos anónimos para o grande publico, contando com já com o grupo de teatro (Teatro Oficina Fonseca Moreira). E todos eles que por lá passaram deixaram o seu grito de amor ao palco.Hoje, quase uma década depois as cortinas deste palco voltam-se a fechar, mas destas vez, para sempre.

terça-feira, outubro 03, 2006

Era uma vez um livro…

“África”, escrito por Isabel Medina, subiu ao palco pela primeira vez em 1989 no Teatro Nacional.

Esta história acontece depois da guerra em Angola.
Catarina, uma jovem Moçambicana, vem para Portugal como retornada mas nunca se perdoa por ter abandonado o que diz ser seu sangue: África.
Catarina vivi com Simão, mas histórias passadas de ambos fazem com que a sua relação seja um pouco estranha, isto porque ambos sentiam um enorme vazio por terem deixado “a sua África” para trás, então para compensar a dor faziam jogos meditativos em que exploravam o seu próprio interior…
No passado, a jovem Moçambicana foi apaixonada por Luís, um rapaz que despertava a atenção de todas as mulheres, mas no entanto estas não faziam parte do seu quadro amoroso. Luís amava um homem (por quem se vierá suicidar), e esse amor era correspondido e isso perturbava Catarina. Ao remexer no passado, descobre que o grande amor de Luís era Luciano, um grande amigo de guerra de Simão.
Um turbilhão de histórias faz a história destas personagens...África, o continente das saudades e de histórias de outrora ligam estas personagens em quadros amorosos que arruínam a vida de várias pessoas que se amam…

segunda-feira, outubro 02, 2006

Mãe negra

"Pela estrada desce a noiteMãe-Negra, desce com ela ...
Nem buganvílias vermelhas,nem vestidinhos de folhos,nem brincadeiras de guisos,nas suas mãos apertadas.
Só duas lágrimas grossas,em duas faces cansadas.Mãe-Negra tem voz de vento,voz de silêncio batendonas folhas do cajueiro ..
.Tem voz de noite, descendo,de mansinho, pela estrada ...
Que é feito desses meninosque gostava de embalar? ...
Que é feito desses meninosque ela ajudou a criar? ...
Quem ouve agora as histórias que costumava contar? ...
Mãe-Negra não sabe nada ...
Mas ai de quem sabe tudo,como eu sei tudo Mãe-Negra! ...
Os teus meninos cresceram,e esqueceram as histórias que costumavas contar ...
Muitos partiram p'ra longe,quem sabe se hão-de voltar! ...
Só tu ficaste esperando,mãos cruzadas no regaço,bem quieta bem calada. É a tua a voz deste vento,desta saudade descendo,de mansinho pela estrada."
(Alda Lara, 1951)